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Aspectos de Pastor

Aspectos Comuns do Verdadeiro Pastor
SER PASTOR É...
Fiel é esta palavra: Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra deseja. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, vigilante, sóbrios, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, mas moderado, inimigo de contendas, não ganancioso; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos sob disciplina, com todo respeito, não neófito, para que não se ensoberbeça e caia na condenação do diabo. (1 Tm 3.1-6)
O vocábulo “pastor” vem do hebraico “raah”, no grego “poimén” e no latim “pastor”. Todos esses vocábulos têm a conotação de dirigir, cuidar dos rebanhos de ovelhas. Champlin afirma que “no sentido literal, um 'pastor' é alguém que cuida do rebanho. Aparece pela primeira vez em Gênesis 4.2, a fim de descrever a ocupação de Abel”.
Depreende-se dessa definição literal do vocábulo pastor, que há uma associação firme
entre o ser pastor no contexto de João 10, onde Jesus faz apologia daquele que é chamado para dirigir seu rebanho, com a semântica que envolve e dilacera esse vocábulo.
Há muitos textos na Bíblia em que se percebe uma apologia ao ministério pastoral. No entanto, em João 10, vê-se o próprio Cristo encarnado fazer uma admoestação àqueles que almejam o episcopado. Atentemos para algumas características do verdadeiro pastor:
a) Pode entrar legalmente no aprisco das ovelhas (Jo 10.1)
O pastor é aquele que tem livre acesso às ovelhas. Pode olhar no olho da ovelha. “Entrar pela porta” ou no aprisco tem a conotação de respeito, autoridade reconhecida. Ele não pula muro, não precisa deixar a noite chegar, muito pelo contrário, entra a qualquer hora, anda no meio das ovelhas com autoridade espiritual.
Ser pastor é entrar legalmente no aprisco, é apascentar, ou seja, cuidar, zelar, proteger e conduzir as ovelhas. É óbvio que não se deseja passar a idéia de que ovelha é como “vaca de presépio”, não; ovelha tem opinião própria, é ser inteligente; e por isso mesmo ser pastor é saber conviver com o contraditório.
b) O bom pastor instrui as suas ovelhas com a sua palavra e o seu exemplo, e as guia (Jo 10.7)
Instruir é muito mais que transferir conhecimento. Instruir pertence ao campo semântico abrangente de alguém que amadurece uma idéia, um conceito; que vê brotar, nascer e que acompanha seu crescimento. Instruir alguém na Palavra é conduzir através do conhecimento, da simplicidade, da graça, a ovelha à plena vida com Deus.
Diferentemente do corpo diaconal, o pastor tem o compromisso de viver uma vida de constante oração e estudo sistemático da Palavra (At 6.4). Pastor que não tem autoridade bíblica pode até ter credencial de pastor, mas não o é. O verdadeiro e maior compromisso e missão do ministério pastoral é instruir a ovelha no caminho certo através da ministração da Palavra.
Percebe-se ainda, nesse versículo 7, que a ortopraxia deve ser considerada. O pastor instrui também com o seu exemplo. O pastor deve ter uma vida ilibada, uma conduta séria, firme. O pastor não foi chamado para administrar a casa de Deus como se fosse uma empresa e dela tirar proveito próprio. Infelizmente é o que mais vemos nos dias pós-modernos! Homens que lutam para ter uma credencial de pastor a fim de fundarem uma igreja e agirem como uma empresa. Pastor deve ter vida séria.
c) O verdadeiro pastor é inteiramente devotado ao seu rebanho e dá a própria vida pelas suas ovelhas (Jo 10.11)
É claro que o texto faz menção direta ao ato expiatório de Cristo, onde “se entregou a si mesmo por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade, e purificar para si um povo todo seu, zeloso de boas obras” (Tt 2.14). Mas, fica evidente também, que ele “cutuca” o postulante ao ministério pastoral, pois esse deve ser inteiramente devotado às ovelhas; deve viver a vida das ovelhas, sofrer seu sofrimento, chorar seu choro.
Dentre muitas características que o pastor verdadeiro deve ter, uma que chama a minha atenção é a empatia. O pastor deve sentir o sentimento da ovelha, deve comungar com a ovelha. Isso é ser pastor. Há muitos, hoje na pós-modernidade, que não exercem o ministério pastoral, não pastoreiam, não conhecem as ovelhas, não visitam suas ovelhas, não vivenciam os problemas das ovelhas. Cristo, o Pastor maior, afirma categoricamente que o verdadeiro pastor dá sua vida pela ovelha. Não é isso que presenciamos hoje, muito pelo contrário!
“Dá a vida pela ovelha” tem a conotação muito mais abrangente que a literalidade. É padecer junto com a ovelha. O pastorado é um casamento, é uma só carne, um só pensamento, um só ideal. Costumo dizer em minhas aulas de Teologia Pastoral que o pastor é aquele que “como sapo e arrota camarão”. Chora e chora muito, mas aos pés do Senhor; diante das ovelhas, ele se apresenta como o ajudador, o que tem a palavra certa: a palavra de Deus.
d) O verdadeiro pastor garante a segurança do rebanho, tanto agora como para toda a eternidade (Jo 10.27-30)
A pós-modernidade, com suas incertezas plenas têm alavancado uma gama de pastores para esse caminho. O caminho da insegurança. Jesus foi claro e objetivo, afirmou que o verdadeiro pastor garante segurança às ovelhas. A segurança do pastor deve está na ortodoxia de sua mensagem, no conteúdo firme e sólido da exposição bíblica, e na ortopraxia de sua vida; sua conduta ilibada. Há uma mensagem segura, firme e sólida de vida eterna e salvação em Cristo que o inimigo maior que não se pregue, mas que o pastor deve anunciar, pois é esta mensagem que traz segurança às ovelhas.
Diante do exposto acima, não se pode negar que não existe bem maior nesse mundo do que ser chamado e vocacionado para o santo ministério pastoral. Não há honra maior do que ser pastor. É nítido que muitos, com suas atitudes mesquinhas, menosprezam e tentam diminuir a grandeza desse ministério, mas além de não conseguirem, vão receber do verdadeiro e sumo pastor suas devidas recompensas.
e) Ele não é dominador do rebanho, mas serve a este como exemplo: "... nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho”, 1 Pedro 5.3. O bom pastor anda na frente do rebanho como o seu exemplo, e as ovelhas o seguem.
f) A saúde do rebanho: Na saudação do apóstolo a Gaio, (3 João 1:2), ele afirma: desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma. A Igreja é o lugar onde as ovelhas de Jesus aprendem a viver a vida em abundância que Ele nos oferece (Jo 10:10). As ovelhas são realmente saudáveis quando apresentam o fruto do Espírito Santo: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5:22). Todo bom pastor deseja e trabalha para ver o seu povo saudável.
g) o autêntico amor pelo Senhor e pelos irmãos: João menciona as pessoas a quem Gaio conhecia e hospedava: porque por amor do Nome saíram... (3 João v. 6). Eram pessoas como o próprio Gaio, que amavam o Senhor e que, por conseguinte, amavam os irmãos (v. 5). O apóstolo contrasta o autêntico amor de Gaio ao falso amor de Diótrefes. Quem não ama de verdade, como Diótrefes, gosta da primazia, ofende, manipula, se coloca como obstáculo para o amor na congregação (vs. 9 e 10). Todo bom pastor ama seu povo, como João que assim se refere a Gaio: ao amado Gaio, a quem eu amo em verdade (v. 1).

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